movimento 2020

O que é o Movimento 2020?

O Movimento 2020 é um projecto da Associação Portuguesa de Dietistas, com o objetivo de promover e implementar as boas práticas no que respeita à saúde alimentar e hábitos de vida saudável.

Em pleno séc. XXI, a literacia em saúde alimentar ainda escasseia na sociedade portuguesa. Muitos são os hábitos que devemos rever para inverter alguns indicadores preocupantes sobre o nosso estilo de vida. Sabendo da necessidade de implementar e promover boas práticas ligadas à sua alimentação, que contribuem para a nossa saúde e felicidade, a Associação Portuguesa de Dietistas lançou 20 desafios a todos os portugueses.

Com o Movimento 2020 pretendemos alcançar uma sociedade mais esclarecida e predisposta a adoptar os comportamentos que nos farão sentir melhor todos os dias.

O nosso manifesto

Portugal necessita de uma mudança ao nível da saúde alimentar e nutricional. As necessidades identificadas nesta área têm sido de natureza diversa e influenciam o bem-estar e saúdes dos portugueses, criando efeitos sociais danosos no longo prazo. Esta é uma questão individual e comunitária. Não pode ser vista como um problema isolado, mas como um tema que nos afecta a todos, enquanto pessoas e enquanto cidadãos. A melhoria dos níveis de saúde alimentar e nutricional é, acima de tudo, uma questão de saúde pública que não pode ser ignorada. Se nós somos o que comemos, temos de estar conscientes do caminho que temos de percorrer para sermos melhores. Temos de ter uma alimentação melhor. Temos de percorrer esse caminho. Temos de o fazer enquanto cidadãos e temos de o fazer enquanto sociedade.

Este é o caminho que o Movimento 2020 desafia Portugal a fazer. O caminho de responder às várias necessidades identificadas na população portuguesa no que diz respeito à saúde alimentar e nutricional. Este é um compromisso que temos de assumir. Este é um caminho que irá ter um impacto direto na nossa qualidade de vida, mas que também irá enraizar um conjunto de boas práticas que irão ter um efeito direto no futuro dos nossos filhos e netos. Este é um compromisso que assumimos hoje para o futuro.

Olhamos para as doenças crónicas não transmissíveis que continuam a ser uma preocupação em pleno séc. XXI. Num período em que o nosso país atravessa uma profunda crise económica, este grupo de doenças acarreta custos elevados de natureza diversa. Custos que se fazem sentir a nível económico, a nível da saúde e a nível social. O Sistema Nacional de Saúde é afectado diretamente no seu funcionamento. Sofre na qualidade do serviço e vê a sua sustentabilidade económica ser colocada em causa. Todos os intervenientes que são implicados na vida de um doente crónico sofrem danos colaterais ao terem o seu quotidiano afectado. Mas, é sobretudo a qualidade de vida do próprio indivíduo, na sua esfera biopsicossocial, que os efeitos devastadores sobre a sua autoestima, sobre o seu bem-estar, sobre a sua saúde e sobre as suas relações interpessoais se fazem sentir.

Não nos podemos render à evidência de que os excessos alimentares têm uma influência sobre a obesidade. Estes continuam a ser um flagelo sobre o qual temos de olhar criticamente e agir. Temos de tomar as medias necessárias para que o número significativo de indivíduos, que não tem acesso a uma alimentação básica, satisfaçam minimamente as suas necessidades nutricionais. Se não mudarmos este paradigma, estaremos a contribuir para o aparecimento de mais casos de doenças crónicas não transmissíveis. Quer seja por situação de pobreza, quer seja por situação de escolhas alimentares incorretas, quer seja porque a malnutrição se instalou no nosso quotidiano, temos de agir. É evidente que esta é uma questão de saúde pública. Temos de agir.

No seio de um país em que parte da população passa fome, onde o desperdício alimentar é imenso, onde as colheitas fazem-se mas não são escoadas, onde os bens alimentares de qualidade são cultivados mas não chegam a todos os que deles precisam, a estratificação social altera-se. Grande parte da população tem menos poder de compra e muitos vivem com recursos escassos. Os idosos, grupo vulnerável e o mais afecto, vê-se muitas vezes obrigado a limitar as suas escolhas alimentares, conduzindo a estados de desnutrição que não são aceitáveis numa sociedade com os níveis de desenvolvimento social e humano que é a nossa. Perante esta situação, é preciso agir. É preciso mudar. É preciso aceitar o desafio que se impõe: implementar práticas que proporcionem as mudanças que necessitamos ao nível da saúde alimentar e nutricional.

É fundamental que sejamos os intervenientes da mudança, que estejamos capacitados, devidamente informados e conscientes do que podemos fazer para construir este caminho. É preciso consciencializar as entidades que desempenham um papel interventivo na sociedade. É necessário que estas questões sejam trazidas ao debate público e que as ações necessárias sejam tomadas. Chegou o momento de consciencializarmos os portugueses, no que respeita a saúde alimentar. Este é o momento de abraçarmos os 20 desafios.

Movimento 2020, um movimento pela saúde alimentar.

Ideias que orientam os Desafios 2020

Pensar em saúde alimentar dos portugueses é pensarmos a sociedade como um todo.

É apostar em ações destinadas a todos os grupos etários uma vez avaliadas as fragilidades ou necessidades alimentares/nutricionais específicas de cada um.

É informar e capacitar a população para a adopção de hábitos alimentares saudáveis.

É promover ambientes nutricionalmente saudáveis, quer seja em casa, na escola, no local de trabalho ou nas instituições.

É envolver vários intervenientes sociais (decisores governamentais, autarquias, industria, instituições de ensino, organizações da sociedade civil entre tantos outros).

É garantir que todos têm acesso físico e económico a uma alimentação nutritiva, saudável e em quantidade suficiente para atender suas necessidades e preferências para uma vida ativa e saudável.

É rentabilizar os recursos naturais, favorecendo o consumo do produto nacional.

É promover a saúde e prevenir o aparecimento das doenças crónicas não transmissíveis.

É controlar a doença, quando já existente, e prevenir ou retardar o aparecimento de complicações tardias.

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