A dieta mediterrânica tem de ser uma presença assídua nas refeições quotidianas dos portugueses. É atualmente classificada como património cultural e imaterial da Humanidade, pela Unesco, e traduz um estilo de vida. Não é apenas um padrão alimentar, que combina ingredientes da agricultura local, receitas e formas de cozinhar próprias de cada lugar, mas incorpora uma noção de refeição partilhada, de celebração e de tradições que completam um estilo de vida vida saudável, quando acompanhado pelo exercício físico moderado diariamente num clima ameno.

A Dieta Mediterrânea é caracterizada pela abundância de alimentos de origem vegetal, como o pão, massas, arroz, hortaliças, legumes, fruta fresca e frutos oleaginosos; pela utilização do azeite como principal fonte de gordura; pelo consumo moderado de pescado, aves, lacticínios e ovos; pelo consumo de pequenas quantidades de carnes vermelhas e ingestão moderada de vinho, geralmente durante as refeições. A sua importância na nossa saúde não se limita ao facto de se tratar de uma dieta equilibrada, variada e com nutrientes adequados. Aos benefícios de seu baixo teor de ácidos gordos saturados e alto teor de monoinsaturados, junta-se a riqueza em antioxidantes que são determinantes para o bem-estar. A prevenção das doenças crónicas não transmissíveis (diabetes, doença cardiovascular, entre outras), a manutenção de um adequado estado cognitivo e a longevidade estão positivamente associadas a este estilo de vida.

 

O que pretendemos com este desafio?

  • Aumentar o consumo de produtos nacionais.
  • Estimular a agricultura doméstica/ agricultura urbana.
  • Promover o consumo de alimentos da época.
  • Promover as atividades culinárias na população e a sua transmissão inter geracional.
  • Aumentar o consumo de frutas, hortícolas e leguminosas.
  • Aumentar o consumo de peixe.
  • Diminuir o consumo de carne.
  • Promover o azeite como principal gordura de confeção.
  • Aumentar o consumo de cereais integrais.
  • Devolver o prazer da mesa, estimulando a sociabilidade, vivialidade e convívio à mesa e as refeições em família.
  • Aumentar os níveis de atividade física diária.
  • Privilegiar a água, como principal fonte de hidratação.
  • Promover o vinho tinto como uma bebida tradicional, com efeitos benéficos para a saúde, quando consumido com moderação e no contexto de uma alimentação equilibrada.
  • Incluir o consumo de doces na alimentação, no máximo 2 vezes por semana.

 

Como vamos alcançar?

Cidadão

  • Conheça a pirâmide da Dieta Mediterrânica e as suas recomendações:

    • 1 a 2 porções de cereais integrais a cada refeição principal;
    • No mínimo, 2 porções de hortícolas a cada refeição principal;
    • 1 ou 2 porções de fruta fresca a cada refeição principal;
    • 1 a 2 porções diárias de frutos oleaginosos, sementes ou azeitonas;
    • 2 porções diárias de lacticínios, preferindo iogurtes e queijos;
    • No mínimo, 2 porções de pescado por semana;
    • No mínimo, 2 porções de leguminosas por semana;
    • No mínimo, 2 porções de carnes magras por semana;
    • No máximo, 2 porções de carnes vermelhas e uma porção de carnes processadas por semana;
    • Vinho tinto, no máximo 1 copo por dia para mulheres e 2 para homens;
    • No máximo, duas porções de doces por semana;
    • Azeite como principal fonte de gordura;
    • Ervas aromáticas e especiarias para redução da adição de sal;
    • Ingestão hídrica de 1,5L a 2L, preferencialmente sob a forma de água;
    • Atividade física regular, pelo menos 30 minutos de atividade diária de grau moderado a intenso;
    • Moderação nas doses de consumo;
    • Descanso adequado, convivência e biodiversidade;
  • Prefira alimentos de origem nacional, procurando o selo na embalagem e/ou denominação de origem.
  • Experimente cultivar alguns alimentos como ervas aromáticas, legumes e leguminosas, de acordo com as suas possibilidades, com recurso a pequenos canteiros, hortas verticais na varanda, entre outros.
  • Envolva a família nas atividades de aquisição e preparação dos alimentos, transmitindo-lhes boas práticas de alimentação saudável e sensibilizando-os para a importância do consumo dos produtos locais, sazonais, redução do desperdício alimentar.

Profissionais de Saúde

  • Validar as recomendações e representação gráfica da Pirâmide Alimentar da Dieta Mediterrânica para a população portuguesas.
  • Aumentar a capacitação do utente ou grupos para reconhecerem os benefícios e importância do padrão alimentar da dieta mediterrânica ao longo da vida e saber inseri-las na vida quotidiana de forma atrativa e económica.

Instituições Públicas e Privadas

  • Promover a dieta mediterrânica nos estabelecimentos de ensino, de saúde, de apoio social e local de trabalho.
  • Disponibilizar informação sobre os benefícios da dieta mediterrânica.
  • Desenvolver campanhas massificadas junto da comunicação social de promoção à dieta mediterrânica.

Restauração

  • Disponibilização de menus mediterrânicos saudáveis e equilibrados e que promovam a gastronomia portuguesa.

Indústria e Retalho

  • Desenvolver opções de bebidas sem adição de açúcares e edulcorantes.
  • Maximizar a oferta de bebidas com reduzido teor de açúcares e edulcorantes.
  • Desenvolver opções de vegetais e frutas nacionais de 4ª gama (prontos a consumir) a preços competitivos.
  • Maximizar a oferta de produtos à base de vegetais e frutas com reduzido teor de gordura, açúcar e sal adicionado.
  • Aumentar e promover as variedades de leguminosas em conserva com baixo teor de sódio.
  • Contribuir para o aumento da produção de leguminosas nacionais (80 a 90% das leguminosas consumidas em Portugal são importadas).
  • Aumentar e promover as variedades de pescado em conserva nacional em água.
  • Reduzir os teores de sal, gorduras e açúcares dos processados de pescado.
  • Maximizar a utilização de cereais integrais na produção de massas alimentícias, de forma a massificar o seu consumo a preços competitivos.
  • Promover o desenvolvimento de novos produtos com base em alimentos de origem nacional.
  • Potenciar as estratégias de marketing e publicidade aos produtos alimentares que incluam ingredientes nacionais/locais.
  • Potenciar as estratégias de marketing e publicidade aos produtos isentos ou com menor teor de açúcares, sal e gorduras.
  • Aumentar a oferta de produtos alimentares isentos ou com teor reduzido teor de açúcares ou com adição de adoçantes em doses moderadas.
  • Aumentar a oferta de produtos alimentares isentos ou com teor reduzido de sal.
  • Aumentar a oferta de produtos alimentares isentos ou com redução de quantidade e melhor qualidade de gorduras.
  • Desenvolver produtos alimentares nutricionalmente equilibrados e seguros.
  • Promover a aquisição de alimentos económica, minimizando os custos associados ao embalamento.
  • Respeitar a biodiversidade e a segurança alimentar.
  • Respeitar a utilização sustentada dos recursos ambientais (solos, água, ar, energia).

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